quarta-feira, 5 de março de 2008

A primeira vez

Com 51 anos, este Sábado vai ser a sua primeira vez.

6 comentários:

Filipe Moura disse...

Não percebi...

Anónimo disse...

Talvez Sábado percebesses, talvez seja rebuscado demais.

Vai ser a primeira vez que participa numa manifestação.

Vai ser em grande. Não me admirava que passem dos 100 000.

Armando Rocheteau disse...

Não posso deixar de comentar.
Só aos 51 anos? Não será possível aconselhar um investimento libidinal noutra área? Não responderá melhor a Santa Madre Igreja a tais anseios?
Tenho um amigo que, coerente com as suas posições, criticando o ME duramente, não vai. Talvez por ser do tempo em que aderir às greves era aquilo que também o separava da direita política e da direita pedagógica. Tenho um imenso respeito pelo Fernando, pelo que a atitude dele simboliza, e não tenho sequer a mesma visão da Escola.
E já agora, que me tornei seu assíduo comentador, permita-me que lhe peça uns esclarecimentos. A Escola não reproduz modelos? Quais? Servidos por quem? Está adequada ao tempo?
Desculpe o desabafo. Mas não gosto do retorno do recalcado e, como o meu amigo Fernando, não gosto de misturas. Gosto de cinquentonas que vão à 1ª manisfestação. Que ternura!

Anónimo disse...

Este caso particular pretendia tão-somente dar conta de que uma (na realidade são várias) pessoas que conheço vão manifestar-se. Normalmente não o fariam, não por serem de direita (como dizia uma amiga minha "não digas que o homem é direita, coitado") mas por pensarem como pensa a grande parte da grande massa acomodada e não-combativa e despolitizada a que chamo pequena-burguesia portuguesa [o seu colega de blogue André parece
que não gosta que eu o faça :) ]
Peço desculpa por generalizar de forma tão rude o esterótipo, mas os meus neurónios não conseguem produzir um discurso refinado a esta hora da manhã. Voltando ao assunto, estas pessoas em particular, como muitas outras, são ao que me parece de uma esquerda que não se revê nos partidos actuais. São o tipo de gente que votou alegre, penso eu de que.

Pelo que sei uma das razões pelas quais esta manifestação vai galvanizar tanta gente é um objectivo concreto que ultrapassa a política: interromper um processo que, independemente do que se possa pensar dele conceptualmente, é globalmente visto como tecnicamente muito mau. Oiço que os despachos não são claros, que vêm cheios de erratas, que dão azo a interpretações contraditórias, que é suposto serem implementadas grandes reformas a meio do ano, quando é mais difícil.

Vou concluir deixando um pouco da minha opinião, que penso que era o que pedias:

As leis para a Escola como muitas outras coisas reflectem o triunfo de um certo modelo de sociedade baseada no autoritarismo, competição desenfreada, ganância etc.
Para mais, feito da forma luso-incompetente a que já estamos habituados.

Que gente que se está a cagar para a política participe em manifestações é sintomático dessas mudanças. Estará a fazê-lo por razões imediatistas (por lhe doer na péle) e não políticas, mas não me parece que sejam menos válidas.

E pode ser bom sinal, seguindo a alegoria do título, pode ser que se percam pudores. Neste caso o pudor da participação política.

Se calhar no meio do meu pessimismo todo, até estou a ser ingenuamente optimista, mas, como os casos que conheço não militam em partidos da oposição, dou-me a esse luxo nesta caixa de comentários.

Anónimo disse...

A propósito, Armando, mais uma vez falhou na sua suposição: o sujeito que o enternerece é um cavalheiro, não uma senhora.

Armando Rocheteau disse...

Senhora ou cavalheiro a ternura é a mesma.
Penso que a radicalização da pequena burguesia não augura nada de bom. A propósito lembrei-me de "A boda dos Pequeno-Burgueses" de Brecht
Nestas coisas dos profs também me lembro sempre dos alunos.
Abraço