terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Rambo

Espantoso como um filme tão simples, com um guião que é basicamente um pequeno mote para o porno-gore que se segue (canalizador bate à porta de loira que estava no duche e ...), consegue atafulhar tanto proselitismo cristão nos seus 2 minutos de diálogo, usados para falar sobre deus. Escusado será dizer que os "bons" - além dos mercenários - são uns missionários cristãos, dispostos a morrer pela nobre tarefa de evangelizar os selvagens, e que as vítimas rezam mesmo muito (e são, claro, perseguidas por serem cristãs) . As imagens reais que se vêem ao início mostram monges budistas a ser massacrados, mas nada mais é referido acerca deles, e acabam por não entrar no filme. Na Birmânia, como se sabe, os budistas também são cristãos. Os maus, a propósito, são os Infiéis, ou "Godless Bastards" ...

A cena final com as guerrilhas Karen a salvar o dia é tirada a papel químico do Rambo III, em que o Deus Ex Machina eram os guerrilheiros Taliban. Como nesse filme, a utilização de crianças-soldado pela guerrilha é glorificada como exemplo de bravura.