quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Normalidade

Em Moscavide, Lisboa, um taxista foi assassinado esta semana. Em frente à residência do IST. Nos dias seguintes a insegurança andava nas bocas das conversas de café, e os culpados eram conhecidos - a "escumalha" como lhes chamava Sarkozy, ou "a chungaria"* como é mais habitual ouvir-se por cá. Havia que aumentar o policiamento, pôr vidros à prova de bala nos taxis. O efeito a nível local foi parecido com o do falso arrastão de Julho de 2005: "Já chegou a este ponto!", exclamava-se!

Todos respiraram de alívio quando se soube que o dito taxista afinal foi morto pela mulher - um crime passional, depois de uma discussão. Afinal está tudo bem na sociedade portuguesa. Foi falso alarme. A normalidade continua.

Em Portugal há 40 queixas de crime conjugal por dia, e este ano já morreram 35 pessoas assassinadas pelos cônjuges.


*É triste, mas apercebi-me agora que "chungaria" é um termo politicamente correcto. A miserável burguesia quando perde o pejo prefere referir-se directamente à raça/nacionalidade da "escumalha".

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