terça-feira, 3 de julho de 2007

Questão

P: Qual a segunda maior força militar na grande coligação que ocupa o Iraque, com 125 000 soldados (25 vezes mais que o Reino Unido) ?
R: Forças mercenárias contratadas das quais a mais numerosa é a Blackwater USA.


Oferecem grandes vantagens económicas e políticas:

  • Quando mercenários cometem atrocidades a opinião pública sobre a guerra no país ocupante não é afectada, porque a sua operação está envolta em secretismo e pelo facto de não fazerem parte de uma força convencional. "Os Estados Unidos não torturam.", disse John McCain, mas têm toda a vantagem em contratar mercenários para o fazer por si. O caminho para a responsabilização do governo pelos seus actos é muito mais longo e sinuoso. Os próprios mercenários são imunes à justiça por se encontrarem no limbo entre a jurisdição marcial do poder ocupante e a jurisdição civil do país ocupado.
  • Quando atrocidades são cometidas contra mercenários, estes são automaticamente considerado civis. Foi o caso dos mercenários mortos em Falujá. A exibição pública dos seus cadáveres foi a justificação para o massacre desta cidade.
É muito complicado para um governo sujeito ao julgamento do seu povo lutar numa guerra não convencional fora do seu território. Será mesmo impossível ganhar sem cometer genocídio. As forças ocupantes vão ficando desmoralizadas à medida são mortas lenta mas constantemente pelas guerrilhas locais. Com o tempo fartam-se de jogar pelas regras e começam a lutar de forma cada vez mais suja. A repugnância que causa em casa o fluxo constante de sacos pretos e as imagens da destruição no país que seria suposto estar a salvar-se, aliada à frustração por não ver melhorias são causas para começar a pensar em retirar. A evidência da impossibilidade de assegurar os recursos que interessavam para pagar a guerra também é.
Mas pode adiar-se esta retirada enquanto for havendo seguranças contratados dispostos a passar pelas aldeias circundantes aos negócios que protegem para explicitar aos seus habitantes as consequências de albergarem quem os ataca.

[Na imagem: mercenários
da empresa do fundamentalista cristão Erik Prince patrulham Nova Orleães]



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