quinta-feira, 26 de julho de 2007

A morte do Arcebispo de Westminster


Sr Finch: ... falam da Comunhão e da Hóstia... ouve-se a palavra Transubstanciação - o milagre da Transubstanciação dá-se quando a Hóstia se transforma no Corpo de Cristo na Eucaristia. É um conceito Católico. Ouve esta parte:

V: Assim que esta hóstia tocar na tua boca, tornar-se-á na carne do Messias , é isso?
Arcebispo Lilliman: Sim! Sim! Mas olha, por favor ...
V: Seja qual for a substância que o compõe agora, quando comungares transformar-se-á no Corpo de Deus?
Arcebispo Lilliman: Sim! Independentemente do que seja agora!
V: Quero que a tomes, por favor.

Sr Finch: Não há mais diálogo na gravação; apenas um pequeno suspiro seguido da Quinta Sinfonia de Beethoven. A polícia já divulgou a causa da morte do Bispo: foi envenenado com uma hóstia de cianeto.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

O Mundo era verde ...


... veio uma vaca e comeu-o.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Prelúdio

Allah Akbar, seus filhos da puta!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Eleições em Lisboa

José Cid foi eleito como vereador. Este artista de 53 anos é um recém-aposentado, a receber 15 000 euros por mês de reforma por uma função que desempenhou durante 1 ano e da qual se demitiu para integrar as listas do PSD à câmara. Pena: não tivessem as eleições sido antecipadas, poderia aguentar-se os 3 anos que lhe faltavam para receber 20 000. Isto somado ao salário de vereador.

Lisboa ganhou José Cid, mas não mereceu Teggy, a artista dos sete ofícios, número dois da lista de Telmo Correia, que foi há uns tempos nomeada para secretária de estado das artes . . . e dos antigos combatentes na mesma tarde.

Lisboa fez ainda vereador aquele gajo que conseguiu que a ICAR tornasse o tuning pecado mortal.

E Carmona! Apesar de quase não ter colado cartazes pela cidade, consegue eleger 3 vereadores. O povo alfacinha mostra ao país que a reverência ao cacique local não é só apanágio da província. Fosse apoiado pelo partido e é provável que ganhasse.


Ainda no mesmo tópico. Na redação do jornal de JMF achou-se importante referir que Sá Fernades perdeu 9000 votos relativamente às eleições de 2005. Decidi verificar os dados para os outros candidatos, certo de que o jornalista teria feito o mesmo cálculo mas teria achado de interesse apenas aquela selecção.

PSD: perde 88 982 votos relativamente a 2005 (D)
PSD+Carmona: 56 248 (N.A.)
Carmona: 87 103 (V)
PS: 17 115 (V)
CDU: 13 573 (?)

CDS: 9 465 (D)
BE: 8 994 (V)

Legenda: (V) - Clama vitória ; (D) Admite derrota ; (?) A mesma história de sempre na CDU - admite a perda de votos mas congratula-se pela vitória da esquerda ou algo do género.


Ou seja, o Público referiu a perda de número de votantes exclusivamente para o candidato que menos votos perdeu relativamente a 2005.*

*exceptuando os neo-nazis que, lembremo-nos, estabeleciam 3000 votos como objectivo para estas eleições e obtiveram 1501, o que prova que se sobre-estimam politicamente.

Fervores eleitorais passados, é hora de arrumar as bicicletas no canto onde estiveram nos últimos 30 anos (só assim se explica a total destrambelhice de AC e HR ao guiador), olvidar aqueles disparates do pulmão na Portela e deitar as mãos à obra - toca a avacalhar a zona ribeirinha!

Por fim:
Telmo Vassouras oferece as ferramentas para varrer o socialismo de Lisboa. Pelo que vi, terá contado com tanto ou mais material de propaganda que os outros candidatos. Tanto dinheiro investido naquelas extreme-makeovers das 5 pessoas do cartaz (caso-exemplo de como uns cremes e o photoshop fazem milagres), para nem uma ser eleita. Será que foi por os lisboetas se lembrarem da promessa quebrada do homem do "eu fico" que não ficou? Naaa, estava era tudo de férias.

PS: O Presidente da Câmara foi eleito com os votos de 11 % dos eleitores. É p'ró que está a dar a democracia representativa. Ditadura da maioria? Querias!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Não é notável que ...

... Aqueles que exigem a quebra da ortodoxia vigente das ciências naturais sejam os mesmos que se propõem a criar uma ortodoxia dogmática para uma ciência social?

Os mesmos que:

  • se recusam a aceitar as evidências da validade científica da física cosmológica e do darwinismo e negam as conclusões mais lógicas dos dados sobre alterações climáticas
  • ... desunham-se a argumentar que a teoria económica que reflecte a sua ideologia é na realidade uma lei indiscutível.
Os mesmos que:
  • abominam a pretensão de um carácter absoluto das teorias predominantemente aceites nas ciências naturais
  • ... querem atribuir este estatuto à decisão político-económica.
Os mesmos que:
  • querem introduzir ideologia nos modelos científicos da cosmologia, evolução e climatologia
  • ... também pretendem retirá-la das decisões económicas.
Quando triunfarem contaremos com Gurus para explicar o Mundo, e Técnicos para decidir como vivemos. Obscurantismo e despotismo.

[Na imagem: Bruce Chapman, dos poderosos think tanks Hudson e Discovery , responsáveis por patrocinar tudo o que promova a Inquebrável Lei Científica do Capitalismo e Decisão Política Neo-Liberal, e despromova as teorias da evolução e do big bang]

[Artigo inspirado por dois blogues: o novíssimo e prolífico Ladrões de Bicicletas e o finado Leviatã]

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Se a Holanda fosse habitada por portugueses

Se a Holanda fosse habitada por portugueses, Amesterdão seria uma cidade sem bicicletas. Em todas as campanhas eleitorais o assunto seria trazido a discussão mas a conclusão mais ou menos unânime seria sempre de que numa cidade chuvosa como Amsterdão o uso da bicicleta é impracticável.
Dir-se-ia: "É ideologia utópica pensar no uso de bicicleta em Amesterdão. Nesta cidade chove 320 dias por ano! Só os enviesados do politicamente correcto poderiam pensar seriamente nessa ideia! Se há cidade em que não faz sentido defender a utilização de bicicletas é em Amesterdão."
Em Amesterdão, as bicicletas não precisam de mudanças. Mas precisam de guarda lamas, guarda correntes, faróis à frente e atrás. Para andar de bicicleta em Amesterdão são indispensáveis luvas, impermeáveis e ganchos para o cano das calças.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

De Belém a Jenin



Clann Zú eram uma banda de intervenção australiana. Cantavam em inglês e gaélico (são de ascendência irlandesa). Lançaram três albuns de músicas sobre miséria e fome. Nunca lhes ouvi um acorde optimista.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Questão

P: Qual a segunda maior força militar na grande coligação que ocupa o Iraque, com 125 000 soldados (25 vezes mais que o Reino Unido) ?
R: Forças mercenárias contratadas das quais a mais numerosa é a Blackwater USA.


Oferecem grandes vantagens económicas e políticas:

  • Quando mercenários cometem atrocidades a opinião pública sobre a guerra no país ocupante não é afectada, porque a sua operação está envolta em secretismo e pelo facto de não fazerem parte de uma força convencional. "Os Estados Unidos não torturam.", disse John McCain, mas têm toda a vantagem em contratar mercenários para o fazer por si. O caminho para a responsabilização do governo pelos seus actos é muito mais longo e sinuoso. Os próprios mercenários são imunes à justiça por se encontrarem no limbo entre a jurisdição marcial do poder ocupante e a jurisdição civil do país ocupado.
  • Quando atrocidades são cometidas contra mercenários, estes são automaticamente considerado civis. Foi o caso dos mercenários mortos em Falujá. A exibição pública dos seus cadáveres foi a justificação para o massacre desta cidade.
É muito complicado para um governo sujeito ao julgamento do seu povo lutar numa guerra não convencional fora do seu território. Será mesmo impossível ganhar sem cometer genocídio. As forças ocupantes vão ficando desmoralizadas à medida são mortas lenta mas constantemente pelas guerrilhas locais. Com o tempo fartam-se de jogar pelas regras e começam a lutar de forma cada vez mais suja. A repugnância que causa em casa o fluxo constante de sacos pretos e as imagens da destruição no país que seria suposto estar a salvar-se, aliada à frustração por não ver melhorias são causas para começar a pensar em retirar. A evidência da impossibilidade de assegurar os recursos que interessavam para pagar a guerra também é.
Mas pode adiar-se esta retirada enquanto for havendo seguranças contratados dispostos a passar pelas aldeias circundantes aos negócios que protegem para explicitar aos seus habitantes as consequências de albergarem quem os ataca.

[Na imagem: mercenários
da empresa do fundamentalista cristão Erik Prince patrulham Nova Orleães]



Capital

[clique na imagem]

Eu sou Belzebú, Mestre da Estratosfera!
Engulo cidades! Sorvo oceanos,
e a minha barba cobre os Céus.

Raios e trovões!
Nuvens e tormentas!
Líderes e ministros prostram-se aos meus pés!

Na mão esquerda Snickers, na mão direita Mars, o meu relações públicas é Karl Marx.