quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Adeus e ide-vos foder!


O capitalismo é um sistema politico-económico esgotado. É necessário destruí-lo e construir um novo, que represente verdadeiramente o interesse dos Povos. Através da colaboração distribuída, à laia do que é feito com o Linux, o sistema operativo livre.




O sistema capitalista financeiro é uma podridão, corrupto por natureza, controlado por uma aristocracia medíocre, inepta, que se perpetua no poder pagando as somas exorbitantes dos cursos de Harvard e Yale aos seus filhos atrasados mentais.

Não há meritocracia: esta aristocracia gananciosa controla o congresso, tendo pago durante os últimos oito anos largas somas a ambos os partidos para votarem contra legislação regulativa que teria limitado as práticas predatórias das instituições agora falidas.

Ao seguir a doutrina capitalista cegamente, os EUA tornaram-se alvo de gozo do resto do Mundo. Mas seria impossível saber isso assistindo aos media americanos, já que também eles são controlados pelas corporações.


Não, não são citações de Chomsky nem as li no resistir.info. São de Andrew Lahde, um gestor de um fundo de investimento hedge fund ,que rendeu 880%, quando reformou em glória o mês passado. Esta é a sua carta de despedida ao mundo da banca de investimento, carinhosamente entitulada: "Adeus e ide-vos foder!"

e continua:

Finalmente, uma última nota sobre o cânhamo e a canabis. A utilização desta planta como fonte alimentar e de fibras para vestuário e construção seria provavelmente a forma mais sustentável de lidar com estes ramos. A razão pela qual é proibida é que a sua versão fémea, a marijuana, que faz rir e não dá ressaca e pode ser facilmente cultivada em casa, não pode ser usada pelas gananciosas corporações americanas para nos viciar, ao contrário do Xanax, Paxil, Zoloft, drogas altamente aditivas.

18 comentários:

Anónimo disse...

apesar de concordar com o tipo, ele que se vá foder ainda mais que os outros. agora que se reforma é que abre o jogo? verdadeiro pulha. claro que, como ele, há muitos por aí. os altos executivos das multinacionais, por exemplo, sabem perfeitamente a merda que fazem, a inocência mais ou menos voluntária fica para os que estão abaixo na hierarquia. o que é que nos adiantam estes iluminados?

Anónimo disse...

Claro que o gajo é um atrasado mental, mas acho que isto prova que quem está por dentro sabe muito bem da merda em que está metido, e da merda que faz perpetuar para se encher de papel.

O Luís Rainha do 5 dias mostra outro exemplo aqui:

http://5dias.net/2008/10/23/vacas-loucas-na-alta-financa/

Pedro Fontela disse...

A coisa é mais complicada... há mecanismo de dominio social em funcionamento que ainda não foram desmontados ao nivel do grande publico - para descrever essa podridão de que ele fala já Mills no anos 50 tinha escrito a "Power Elite" e não foram tiradas lições nenhuma daí, aliás é uma corrente de estudos que praticamente não existe no mundo anglo-saxão. Por isto tudo nos ombros no sistema de reprodução económica é exagerado mas acerta no alvo quando diz que há uma aristocracia que se perpetua injustamente - que nos EUA quer cá. Mas o que as teorias de dominância social nos dizem é que se esse grupo não foi substituido é porque as pessoas ainda não se fartaram deles nem apareceu ninguém mais capaz para assumir o poder...

Anónimo disse...

Como assim, mais capaz?

essa capacidade ganha-se, mas é bloqueada por essa aristocracia.

mesmo assim estou certo que existem grupos "mais capazes" de exercer o poder do que os actuais ...

Anónimo disse...

Uma analogia ao meu nível de vocabulário:

um grupo mais inepto, de uma posição superior, consegue defender-se mesmo contra um concorrente mais forte, non?

estou a pensar na defesa de um forte na idade média, por exemplo.

Anónimo disse...

"mesmo assim estou certo que existem grupos "mais capazes" de exercer o poder do que os actuais ..."

Acho que isto é pura ilusão. Para "exercer o poder" é preciso capacidades e propensão para actividades mafiosas e criminosas (tipo mentir, extorquir, fingir A e fazer B).

Eu julgo que dentro do modelo que temos (democracia indirecta, sort of..), só gente com capacidades mafiosas pode ser considerada "capaz". Aliás, as teorias sobre elites dizem isso mesmo, embora com linguagem cuidada (falando, p.ex., em "redes sociais de influência" ou em "conexões sectoriais de interesse mútuo e directo").

Gente honesta no poder? Arrisco dizer 0,00%.

Anónimo disse...

A força dada pela simbologia do voto é muito grande. Dá para justificar tudo (como agora para encher a boca dos porcos nojentos da banca), pois na verdade não vale a pena protestar contra a prática de um sistema que na teoria se aceita (80% das pessoas).

Claro que só com linguagem violenta é que podemos sensibilizar as pessoas. Chamar ladrões e criminosos aos nossos governantes é um acto tão meritório que só por si justificaria uma medalha. O mérito é acrescido quando se sabe que em Portugal não há liberdade de expressão.

Facilmente se percebe a fúria em proibir a populaça de ter armas em casa. Manter as pessoas caladas e desarmadas é para estes filhos da puta que nos governam uma preocupação muito grande. Ainda há quem chame a isto "conservadorismo", eu chamo-lhe "instinto de defesa". Como os líderes da Máfia Italiana.

Anónimo disse...

Em todo o caso, voltando ao post, não acho que o capitalismo dos filhos da puta tenha alguma coisa a ver com este capitalismo:

http://www.eng.anarchopedia.org/anarcho-capitalism

Anónimo disse...

pois Filipe, mais uma vez corriges-me bem.
eu nao queria dizer grupos mais capazes tipo "ser sultao em vez do sultao" mas formas mais capazes de administrar.
é óbvio que para exercer o poder de uma forma próxima ou semelhante à actual elite o "mérito" necessário para chegar lá seria na verdade a capacidade de corrupção, o egoísmo e a suficiente sede de poder ... já para não falar que mesmo que os motivos para tomar o poder fossem nobres. .. o poder corrompe nao é

Sobre o anarco-capitalismo, tem decerto pressupostos que para mim fazem sentido, bem mais que este tipo de corrupção a que normalmente se chama capitalismo (ou, noutro lados, social democracia :p ). mas pela vista de olhos que dei no link que deixas, parece que o artigo ainda está longe de estabilizar :)

de qualquer forma o pressuposto "o poder corrompe", uma permissa essencial na minha opinião, parece ser ignorado na doutrina libertarian (é o mesmo que anarco-capitalista?)
a história da legitimidade da propriedade também me faz um pouco de confusão mas confesso que teria que ler mais para solidificar uma opiniao

Anónimo disse...

muito interessante, Filipe, para quem se posiciona como tu, é ver esta análise

http://esquerda-republicana.blogspot.com/2008/10/back-to-basics-teoria-monet-101.html

a conclusao do joao vasco, que me parece válida, coloca-me ideologicamente contra aquilo que ele parece defender (que será o keynesianismo pressupoe-se)

talvez ainda faça um artigo sobre o assunto

Anónimo disse...

Eu acho que o Money as Debt é meramente descritivo. Colar-lhe um rótulo "liberal" ou "de esquerda", como faz o Joao Vasco, parece desnecessário. Importante é perceber que existe roubo massiço e uma perpetuação das injustiças (cada vez mais).

Uma posição sólida sobre este assunto é defendida pelo CN, do VentoSueste.

Um bom vídeo sobre os Bancos Centrais:
http://www.youtube.com/watch?v=9GcR3-Lm3r0&eurl=http://blog.causaliberal.net/

Denunciar ladrões é importante (como faz o Zeitgeist, por exemplo).

Anónimo disse...

voltando atrás. eu acho que a coisa não é "mais complicada", como diz o pedro fontela, é preciso ter cuidado para não cair no erro de ver complexidade onde ela não existe. de facto, o poder económico é dos principais factores de dominação e exploração e a sua elite tem acesso a um rol de informação que torna impossível não haver consciência do que se passa. simplesmente essa elite tira outras conclusões dos mesmo dados de forma a justificar as suas acções. exemplo: explorar trabalhadores não é mau porque sem os exploradores eles não teriam sequer trabalho (por acaso é o mesmo raciocínio que se faz em relação aos peixinhos de aquário).

penso que isto é evidente e não é preciso chegar aos anos 50 para encontrar autores que o denunciem amplamente.


"Mas o que as teorias de dominância social nos dizem é que se esse grupo não foi substituido é porque as pessoas ainda não se fartaram deles nem apareceu ninguém mais capaz para assumir o poder..."

há teorias e teorias. umas têm origem no seio do poder e tentam justificá-lo, como essas que o pedro fontela refere.

se há corrente de pensamento que aprofundou a questão da dominação foi o anarquismo, partindo do ponto de vista do indivíduo, das suas necessidades e aspirações, e não de compromissos perigosos com instituições, mecanismos económicos ou tradições intelectuais enterradas até aos cabelos na hierarquização e na exploração da vida.

desde o antigo comunismo libertário até ao muito recente pós-anarquismo, passando pelo primitivismo, já muito se escreveu, disse e divulgou. se não chegou ao público em geral é porque houve muitos factores que o impediram. por exemplo, continua-se estranhamente a acreditar e a difundir de forma totalitária a ideia da natureza competitiva e agressiva do ser humano, servindo isso para justificar muita coisa, da economia à política, quando já se fizeram avanços suficientes na antropologia para se ter ultrapassado esses preconceitos. porque é que esta informação essencial não passa? porque é que estes dois esteios da dominação social, mesmo estando completamente podres e carcomidos, continuam de pé?

Pedro Fontela disse...

Tárique,

Uma elite mais do que a capacidade de governação rege-se pela capacidade de manutenção do poder. Esta em particular é o que poderia chamar (à la Pareto) “raposas”- ou seja pessoal flexível e engenhoso mas sem grande fibra “heróica”. Se eles ainda estão no poder isso deve-se à inabilidade de novos grupos vingarem na esfera política e social, ou seja, por definição não são um grupo em decadência acelerada que esteja a perder o seu poder de resposta. Respondendo À metáfora do forte: a posição mais forte politicamente é sempre a que detém (ou o irá deter num futuro próximo) o poder (salvo intervenção exterior) mas o poder não se mede só pelas funções institucionais – percebo que numa situação estável como a nossa se caía tendencialmente nessa posição mas isso não é um dado adquirido.

Os tais grupos mais capazes que falas não sei quem serão… mas de qualquer forma não articularam um plano de poder coerente. Nem sequer organização interna parecem ter – julgando pelos níveis de reconhecimento público. E para piorar a situação os reformadores em Portugal tendem a sofrer cronicamente de uma confusão entre a decisão e o autoritarismo provinciano – há que reconhecer que em termos de retórica os dois andam próximos…

Pedro Fontela disse...

Mescalero,

Percebo que não me conhece de lado nenhum e até pode pensar que eu sou daqueles tristes que está sempre a defender o status quo sem razão aparente. Não é o caso, basta ver o que vou escrevendo. Agora também não tenho uma gota de crença no anarquismo, nem em nenhuma utopia política acrescente-se. Penso que o poder político é uma realidade inquestionável que temos que domar da melhor forma que podemos para pôr ao serviço da sociedade e não a sociedade ao seu serviço. Nesse sentido partilho completamente a frustração com o actual sistema e os seus pactos de corrupção com o sector privado mas só constatar esse facto (óbvio) não chega para alcançar nada. Ter esperanças em utopias de papel também nada alcança. E por isso digo, em Portugal não há grupo mais capaz de ocupar o poder, não há sequer uma organização coerente de oposição ao que existe. Em suma: não há visão política.

Anónimo disse...

"mas só constatar esse facto (óbvio) não chega para alcançar nada. Ter esperanças em utopias de papel também nada alcança."

Eu não vejo nenhuma militância por parte dos cépticos em "teorias de papel" na defesa do livre porte de armas, por exemplo. Ao contrário do que se vê nos EUA. Na prática, esta seria uma medida que refrearia sempre os abusos do estado.

Acho que muitos desiludidos pecam quando se trata de perceber aquilo que na prática domaria os poderes públicos corruptos e autoritários.

Ex: uma comunidade na província, armada mete bem mais respeito aos poderes centrais na hora da decisão.

Outro erro é insistir no moralismo segundo o qual é imperativo pagar impostos, como dever de cidadania.

Anónimo disse...

pedro fontela,

comentei o seu comentário porque discordei dele e o assunto da dominação é dos que actualmente mais me interessam. não me parece que tenha dito, ou sequer sugerido, seja o for sobre o pedro ser um defensor do statu quo e muito menos um triste. digo já que fiquei aborrecido por o meu comentário ter provocado essa reacção porque a minha única intenção era a discussão e a troca de ideias

de.puta.madre disse...

Y F-se!
Um dia a torneira iria fechar ... tanta coisa para isto ... ficarmos meio-apardalados a fazer ginástica aos dedos no no teclado ... à espea do Novo-sistema-para-estrear-em-folha-online ... Ou será que vêm dai uma guerra. Uma GGI Guerra Glogal 1 ?? Quizas, quizas, quizas...

Pedro Fontela disse...

Certo... porque o que precisamos é de uma milicia armada que não responde perante ninguém... senhores da guerra não obrigado, vamos tentar manter um minimo de condições de um estado de direito...