Um fenómeno fascinante nesta espécie de mini guerra fria, que espelha o que já acontecia na outra, é que, quanto se trata de empolar a perigosidade dos párias, todos estão do mesmo lado. Aconteceu , por exemplo, relativamente aos MIG-21 russos e hoje ocorre com os Shahab 3 iranianos. O Irão, num derradeiro esforço para evitar ataques avisa "temos mísseis terríveis". Israel concorda e os Estados Unidos também, mesmo que não haja provas, mesmo que esses mísseis não tenham o mínimo de precisão. Existe um forte complexo militar-industrial que tem a ganhar com o empolamento da força iraniana.
Talvez por isso os principais jornais americanos tenham usado nas suas capas na passada quinta feira uma imagem forjada de um ensaio balístico iraniano, em que é nítida a fotomontagem que faz parecê-los mais em número (e convenientemente esconde que um deles falha em ser lançado).
O mais bizarro é que não está confirmado que nenhum dos mísseis da imagem seja o terrível Shahab 3.
Clique na imagem seguinte para ver como os iranianos planeiam usar a mesma tecnologia para fazer Israel desaparecer do mapa.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Tecnologia iraniana
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3 comentários:
Começo a desconfiar desta «guerra entre o Irão e o Eixo do Bem». As ameaças mútuas têm servido para aumentar o preço do petróleo e os lucros das petrolíferas. Mesmo a conferência sobre o holocausto em Teerão parece «provocatória» aos olhos dos «bem informados ocidentais». Não tenho certezas, mas não estará Ahmadinajad a fazer parte do jogo?
Diogo, os Estados Unidos negoceiam com o Irão frequentemente através do Iraque. Foi assim que esta Primavera "resolveram" a insurgência de Sadr.
Para mais, num país cuja cultura é relativamente moderada e secular como o Irão, um ultra-conservador como Ahmadinejad tem lucrado muito com o medo da ameaça exterior.
o FUD funciona e serve nos dois lados, para dar poder aos tiranos. Agora se eles conspiram juntos para manter a situação já me ultrapassa.
Se calhar resolvem directamente através de Ahmadinajad. Quanto à insurgência iraquiana, muito haverá a dizer.
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