sexta-feira, 25 de julho de 2008

Marvel 2099

De vez em quando falo aqui, um pouco a brincar, de obras Pop mais ou menos propositadamente subversivas. Uma das maiores foi uma grande aposta da Marvel nos anos 90, o Universo 2099. Aqui em Portugal chegou a tornar-se tão ou mais popular que as colecções normais e o seu lançamento coincidiu com o princípio da edição de livros pela Abril em português de Portugal.

O universo Marvel 2099 é uma distopia corporativa. Os governos são fantoches e todos os serviços são providenciados por 4 ou 5 corporações corruptas. Estes serviços são contratados por cada cidadão que, desde a protecção à saúde, está dependente dos cartões de crédito. Por exemplo, quem tenha um cartão dourado pode beneficiar dos serviços de segurança da Olho Vivo (o serviço de segurança privado da Alchemax) nas zonas mais perigosas das cidades. Ter um cartão negro, o mais valioso, permite comprar orgãos e imunidade à coação dosserviços de segurança.
A manutenção dos espaços, a ordem pública, a própria lei, não existem porque não são coisas que possam ser contratadas individualmente.
Um futuro em que todos tentam maximizar a sua felicidade de forma egoísta, mas nunca agindo em comunidade (as poucas tentativas de o fazer são marginalizadas e esmagadas pelas corporações). Um mundo com uma população totalmente despolitizada.

Os heróis são todos rebeldes, anti-heróis. O Motoqueiro Fantasma 2099 era um hacker que foi morto pelo pai, um homem do sistema, middle-management, viciado em trabalho que viu que a sua morte poderia dar lucro à empresa e agiu em conformidade como um profissional


O Hulk 2099 era um ganancioso executivo, produtor de reality shows, que decidiu ordenar o massacre de uma comunidade reminiscente dos Branch Davidians por estes se recusarem a colaborar consigo. O sentimento de culpa fê-lo revoltar-se contra as corporações e procurar destruir o sistema.


O Miguel O'Hara, o Homem-Aranha 2099, tentou demitir-se do seu emprego e a empresa activou uma cláusula que o viciou num narcótico que só ela produzia. Depois há uma série de heróis eco-terroristas que lutam para manter as corporações fora da única área florestal do planeta.

Arranjei a colecção em pdf, vou dar mais uma vista de olhos a ver se vale a pena escrever mais alguma coisa sobre isto.

3 comentários:

Anónimo disse...

olá tarique,
não se ainda vou a tempo mas hoje devo estar com uma camisola com um girassol. de qq maneira somos sempre tão poucos q não vai ser dificil o pessoal falar.
renegade

Tárique disse...

Camisola com um girassol! Tão psr :)

Anónimo disse...

conseguiu a coleção em pdf? podia colocar para download... estou buscando principalmente as histórias completas do Destino... só encontro as primeiras 4