[...] já dei por mim a pensar na falta que às vezes faz um pouco de brutalidade policial.
Por estas e por outras é que quando oiço falar de social-fascismo, destranco a minha Browning.
Porquê? Porque por estes dias, relativamente ao bloqueio das autoestradas, pelos lados do blogue 5 dias, os bem-comportados Luíses, o Aristocrata (social-democrata) e o Agrícola (social-liberal) exigem o mesmo: violência.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Desilusão
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7 comentários:
Compreendo o que queres dizer.
É verdade que a desobediência civil é uma arma poderosa. Mas neste caso não se trata disso. Na reivindicação que fazem, os camionistas bloqueiam estradas, agridem os que não querem fazer bloqueios, etc.
É claro que a tentação para deculpabilizar é grande quando a "causa" nos parece justa. Um pouco como a destruíção de parte da cultura de milho transgénico. Mas será que isso não abre portas para que todas as causas (mesmo as mais sinistras) passem a ter parte do combate, a seu favor, à margem da lei?
É como a liberdade de expressão. Custa-me quando vejo a liberdade de expressão é atacada mesmo que em individuos que mereciam ser devorados por uma matilha de cães selvagens. É que abre sempre precedentes para que outras expressões sejam mais tarde abafadas.
Como as leis anti-terrorismo.
Dito isto, parece-me que a policia poderia restabelecer a ordem pública sem usar qualquer tipo de brutalidade. Ou então sou ingénuo.
Estás do lado do patronato e do lock-out?
Brincadeiras à parte, olha que eu não exigi violência nenhuma, pois sei bem que isso ia dar em caos total.
Mas ver aquela malta a lançar avisos mafiosos do tipo "olhe que não garantirmos a sua segurança se quiser trabalhar" e exigir que a polícia não so "pressione" tanto no dia-a-dia... dá mesmo vontade de ver alguma resposta um pouco mais musculada.
Ó Luís, muito me honra a tua visita. É por gostar tanto do que escreves que me faz muita confusão o teu argumento "estás pela resposta um pouco mais musculada ou estás pelo patronato e pelos lockouts".
Entretanto, para veres posições alternativas às duas que me dás, espreita o que diz o Miguel e o Rick Dangerous.
Na minha opinião, se queres "lixar" os filhas-da-mãe dos camionistas (repara que a ideia das "grandes empresas de camionagem" é um mito: a maior detem 2% do sector), se queres que o governo os lixe bem, não lhes peças para mandar os CI's. Pede-lhes que deixem de construir auto-estradas e mais autoestradas paralelas e a basear toda a logística do país no transporte rodoviário.
combater os problemas com medidas a longo prazo em vez de músculo ... é de esquerda, não?
agora uma ressalva: eu até defendo a violência desde que exercida contra aqueles senhores milionários do bloco central que dirigiram o país para este sistema logístico tornando portugal o país com maior concentração de auto-estradas da europa (aqueles que estão agora à frente de empresas de construção, veja-se). E como são poucos, se calhar nem era preciso os CI's, meia dúzia de valentes com ponta-e-molas chegavam para lhes fazer a folha. agora o "patronato camionista" que tem menos empregados que o próprio luís rainha, deixe-os lá que eles hão de se cansar.
Receio que eu ainda te venha a desiludir algumas vezes... Então estás do lado da mafia? Aquela malta da camionagem é mafia. Mafia mesmo, no sentido puro do termo. Como é que achas que um estado lida com os Sopranos?
Filipe:
Como é que achas que um estado lida com os Sopranos?
Não negociando negócios e infraestruturas super-favoráveis a esta máfia, para começar. Não concedendo e não preparando terreno, não oferecendo tudo a esta máfia. Não trabalhando para ela.
A carga policial seria para este problema uma panaceia, inconsequente na resolução do mesmo, mas com consequências a meu ver graves na forma como a sociedade entende que se devem resolver os problemas.
wyrm:
É claro que a tentação para deculpabilizar é grande quando a "causa" nos parece justa.
A causa parece-me profundamente injusta.
Dito isto, parece-me que a policia poderia restabelecer a ordem pública sem usar qualquer tipo de brutalidade. Ou então sou ingénuo.
Se tal for possível, por mim tudo bem.
Filipe:
eu já me desiludi a mim próprio ao colocar um artigo patrioteiro, futeboleiro, e ainda por cima a gozar com a aparência física de um pobre ser humano.
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