terça-feira, 1 de abril de 2008

Economia

Os meus primeiros contactos com a ciência da Economia foram através dos livros do Marshall Jevons, uma espécie de detective que traçava as curvinhas de oferta e procura para resolver mistérios. Estava na altura no 9º ano (nunca agredi nenhum prof, mas nessa idade cheguei a ir a pedagógico por fazer o meu melhor para partir uma irritante sineta da escola), e a ideia com que fiquei foi que era um abuso de linguagem chamar à economia uma verdadeira ciência. A minha definição de ciência era muito estrita na altura, mas ainda hoje acho que o método científico é no mínimo muito descurado no que concerne a teorização económica. No mínimo, porque no máximo poderia dizer que economia que vejo praticada é ideologia enterrada em números e matemática pouco sustentada, uma espécie de escudo de pretensa tecnocracia usado para esconder a prática da ganância dos dilemas morais.

Adiante, parece-me que o modelo vigente, ou mais aceite hoje em dia, é de que no ponto de equilíbrio, cruzamento de duas curvinhas em gráficos que fingem ter base matemática, uma representando a oferta outra a procura, se encontra o nirvana.

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O que é me faz quase sempre confusão nestes caso, é que quem defenda isso seja quem traça as curvas.

3 comentários:

Anónimo disse...

Exactamente o que eu penso sobre essa "ciencia"...
Cometi a imprudencia ha uns tempos de ir para o "destreza das duvidas" dizer o que pensava sobre a "ciencia". E claro que fui insultado (de forma cortes claro que o autor desse blog nao e uma besta) mas foi muito giro ver as reaccoes.

Anónimo disse...

Boa, lowlander! Caso não te importes, vou linkar aqui a tua discussão sobre o tema, e também a ensaboadela do random ao lac, ok ?

Anónimo disse...

Nao me importo.
A ensaboadela do random e de facto de muito boa qualidade.
Do meu ponto de vista, que tenho pouca formacao em filosofia da ciencia o que e interessante de estudar e o porque dos economistas quererem a forca ser cientistas e ficarem tao descontentes quando lhes apontam nao conformidades metodologicas que impedem a classificacao.
E que como alguns apontaram nessa discussao o facto de nao ser ciencia nao obscurece assim tanto os contributos dessa disciplina para a compreensao da realidade. Da mesma forma como o facto de o estudo do xadrez nao ser uma ciencia nao faz dele menos pertinente para se perceber xadrez.
E para mim esse desconforto resulta directamente da excessiva interligacao que esta disciplina tem com a politica, nos tempos de hoje, em que as decisoes politicas se pretendem todas "baseadas em ciencia", nao classificar a economia como ciencia seria por em causa o poder politico destes "cientistas". Este e o cerne da questao na pratica, a discussao filosofica e provavelmente, areia para os olhos.