sexta-feira, 14 de março de 2008

Sacos de Plástico

Infelizmente, sou cliente da cadeia Continente, do nosso amigo Belmiro. Não por considerá-la melhor, mais barata do que as outras (na realidade, dá-se o contrário), mas por terem o único supermercado na zona onde moro. Na minha morada anterior, na Holanda, não havia grandes superfícies, o que permitia às pessoas maior escolha entre as muitas pequenas superfícies ao seu dispôr, deslocações rápidas a pé para ir às compras, enfim, coisas arcaicas que em Portugal começámos a ultrapassar nos anos oitenta para hoje sermos o país da UE15 em que menos se caminha.

Voltando ao Continente, é notório que não têm a inteligência do cliente em grande conta, dando banhadas em pequenas coisas sempre que possível. Por exemplo, as recargas para o detergente de retrete são mais caras do que o aplicador, que vem com uma recarga grátis; e comprar 2x 100 g de um produto sai geralmente mais barato que comprar a embalagem "económica familiar" de 200 g.

Mas até aí tudo bem. Mesmo que não esteja tudo bem, entra na minha cabeça que quem gere aquilo seja garganeiro. O que é mais misterioso para mim é um fenómeno mais recente, que começou há uns meses: a insistência da parte dos empregados de caixa para que levemos muitos sacos de plástico.

Quando antes o cliente lidava com a torrente de produtos que iam chegando na esteira rolante e passando no leitor de códigos de barra, ajudado esporadicamente pelo diligente funcionário, hoje cada dois produtos, por pequenos que sejam, são postos num saco inidividual. Ainda esta semana chegou ao cúmulo de, depois de eu dizer que não queria levar sacos, a moça pô-los na mesma dizendo "é melhor, para o caso de se derramar".

Como é óbvio que todos os comportamentos dos pobres precários são controlados de cima, desde os comerciais "olá, bom dia" ao "adeus, boa tarde", não tenho dúvidas que este comportamento com os plásticos é política da empresa. Agora falta-me é decifrar o móbil.


Estará a Sonae interessada em construir um empreendimento turístico do género do de Tróia na grande ilha de lixo do Pacífico, uma acumulação de plástico flutuante do tamanho da Península Ibérica?

Será que algum dos leitores do blogue me pode esclarecer?


Ps.: Falando em resíduos ...

5 comentários:

Miguel Madeira disse...

"e comprar 2x 100 g de um produto sai geralmente mais barato que comprar a embalagem "económica" de 200 g."

Com a margarina flora passa-se isso: já reparei que a embalagem com o dobro do peso é um centimo mais cara que a outra (provavelmente culpa da politica de todos os preços acaberem em 9).

E realemente já reparei que me dão muitos sacos de plástico.

Al disse...

hip 1 - agora q é preciso pagar sacos no mini preço, pingo doce, eles querem captar clientes
hip 2 - a empresa produtora de sacos é do belmiro; a empresa dos sacos vende mais barato à tonelada
hip 3 - ....

Anónimo disse...

Não tendo teoria melhor, especulo que por causa das hip1 e hip2 são dadas instruções pela hierarquia abaixo para não poupar nos sacos e pelo caminho passa de "não poupá-los" para "impingi-los ao cliente".

dorean paxorales disse...

os sacos levam a marca à vista, são panfletos. somente.

António C. disse...

a produtividade de cada Caixa pode ser medida em numero de sacos que os clientes enchem... em vez de numero de "bips"...