sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O que é que mais adoras na tua terra?

No Barlavento de hoje? Da minha geração? A minha resposta é rápida: as comunidades de chineleiros alemãs da Mexilhoeira Grande a Odeceixe. Os bifes maluques e drogades, com que cresci. Estou convencido que foram o motor de evolução cultural da uma geração portimonense inteira, maior que quaisquer eventos esparsos promovidos pela câmaras, cultura "de dentro para dentro" - a única verdadeira fonte de cosmopolitanismo a que tive acesso na minha adolescência.

O único espaço no Algarve a albergar consistentemente exposições de artistas livres, e concertos quase todos os dias para "qualquer um que tivesse uma banda e quisesse tocar" era o bar Santa Suzana do Tim, punk alemão, perto de Aljezur, no meio do monte. Quando fechou passou a não haver nada ... até que abriu o Satori, perto de Querença, do francês Pascal.

Noites e noites passadas na Pereira, Arão, sob as estrelas, e acordar junto de praias selvagens são as melhores memórias que tenho.

Há quatro anos, toda essa zona ardeu. Os terrenos desvalorizaram brutalmente. Cada vez mais amigos se vão embora, para a Austrália, para América do Sul, onde as praias ainda são selvagens e a gente ainda se pode sentar à fogueira, a água dos poços ainda se pode beber sem pesticidas dos campos de golf e onde não se toca fogo à terra para construir autódromos. Perdemos todos.

Hei-de melhorar este artigo com mais informação e imagens, por agora fica este rascunho, escrito com muita frustração.

1 comentário:

Diogo disse...

Meu caro Tárique, há muitos anos que vou passar férias a Sagres. Guardo dessas terras alguns dos melhores momentos da minha vida.