sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Subsídio para a interpretação dos resultados dos exames nacionais III

A resposta a esta questão era a óbvia: Colégio Valsassina, em Chelas (propina de 1 ordenado mínimo por mês + inscrição + livros + 132 €/mês de almoço na cantina, para os interessados). Humildemente me revelo como um peça vital para a elevada posição que esta instituição ocupa nas listas de mérito, particularmente a Matemática (primeiro lugar nacional).
Aqui vai, em jeito de segredo, a revelação doutro dos seus truques:

Dos seus 70 alunos inscritos à disciplina de Matemática no 12º ano, um terço foram a exame.
Em média, um aluno classificado por esta escola com 11, teve 14 no exame, uma aluna classificada com 10, conseguiu 13 no exame. Um aluno classificado internamente com 9 teria 12 mas... não poderia ter ido a exame porque isso baixaria a posição da escola. Resumindo: este colégio impede à partida alunos de 12 de irem a exame para que não prejudiquem a imagem de excelência da escola - a sobre-filtragem de que falava no artigo anterior. Isto é eficiência no ensino? Excelência? Não. É marketing.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lamento mas toda e qualquer pessoaque tem 12 a Matemática no Colégio Valsassina pode ir a exame. Não fale sem conhecimento de causa.

Tárique disse...

Caro anónimo. Obrigado pelo comentário. Passo a esclarecer, porque penso que me interpretou mal:

Em média, para ter 12 na classificação interna no Valsassina é preciso saber o suficiente para ter 15 no exame!

A quem saiba o suficiente para ter 12, o Valsassina classifica com 9, ou seja, não lhe permite ir a exame.

Resumindo: O Valsassina deflaciona as notas dos seus alunos em 3 valores, impedindo de facto alunos "de 12" de irem a exame.

Espero que tenha ficado claro.