quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Algo continuará podre ...

... mais 4 anos de destruição do estado-providência, Rasmussen continuará a governar em coligação com os conservadores e com o apoio da extrema-direita.
Não que eu tivesse muitas esperanças - hoje em dia, na Europa da cerveja, parece haver resultados típicos:
  • Os partidos socialistas, transformados em sociais-democratas, duplicam ou triplicam o número de deputados, capitalizando os votos perdidos pela deriva neo-liberal dos de ex-centro-esquerda.
  • Estes últimos, distinguindo-se cada vez menos da direita, perdem votos.
  • A extrema-direita, que fala também aos orfãos do neo-liberalismo, cresce.
O resultado final é um empate quase total entre blocos da dita direita e da dita esquerda e aí das duas uma:
  • A extrema-direita apoia tacitamente a direita e forma-se um governo de minoria (caso da Dinamarca)
  • Os dois partidos do centro, cujas ideias políticas são admitidamente iguais, coligam-se, formando um bloco central (caso da Holanda e Alemanha, que eu previa erradamente que aconteceria também na Dinamarca)
Os pobres blocos Verde-Vermelho, mesmo sendo a terceira (segunda, no caso da Holanda) força política mais numerosa, não têm ideias governativas compatíveis com a sacrossanta ortodoxia neo-liberal e acabam infalivelmente renegados à oposição.

Facto curioso (e penso que exclusivo na Dinamarca): o peso da Nova Aliança liderada por um palestiniano, criada com o objectivo de contrabalançar a direita xenófoba.

1 comentário:

xatoo disse...

Para se compreenderam as minudências das politicas locais teremos sempre de nos reportar à compreensão da NOÇÃO de SISTEMA macro politico implantado, de onde emanam as decisões impostas através de (um outro Sistema) de controlo financeiro central.Afinal é simples: quem decide é o FED e as direcivas vêm por aí abaixo: BCE,Banco do Japão para o centro capitalista, FMI e Banco Mundial para os paises dependentes da periferia.
Assim, a compreensão torna-se fácil: quem acata as decisões e assume a sua implantação é neoliberal; os que se opõem são contra (como o Bush lembra: "quem não é por nós é contra nós) tenham eles os mais diversos matizes politicos que tiverem.
Não tem nada a ver com "esquerda" nem "direita" mas sim com o lugar que se ocupa na cadeia alimentar do neoliberalismo (Lula é de esquerda, Chavéz é um execrável ditador)