quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Subsídio para a interpretação das classificações nos exames II

Não vale a pena tentar sequer interpretar os dados erróneos divulgados pelos media até agora, porque:

1) Só é lícito fazer uma ordenação dos resultados das escolas por disciplina. Ao misturar classificações a Português (cujas médias nacionais andam à volta do 12) com Física (à volta do 7), está a beneficiar-se as escolas com menos alunos de Física. As escolas que se especializam em formar alunos nas áreas das humanidades e das artes, tendo menos estudantes de Matemática e por vezes nenhuns de Física, obtêm sempre classificações médias mais altas.

2) Para que os resultados sejam comparáveis, há que compensar o facto de haver escolas que permitem apenas aos seus 20% melhores alunos ir a exame enquato outras examinam 80% dos seus. Se na escola A se der o primeiro caso e na B o segundo, só é lícito comparar a média dos exames da escola A com a média dos exames dos 25% melhores da B - assumindo, de forma razoável, que os restantes não teriam tido sequer a oportunidade se estivessem na escola A. Se não se fizer isto, premeia-se as escolas que fazem uma sobre-filtragem dos alunos. Isto acontece muito em escolas privadas (em 10 alunos do 12º de um colégio privado, apenas 3 vão a exame).

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