segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Rescaldo Estival


O autor desde blogue regressa com um resumo de ocorrências. Nestas férias passadas em casa o autor viu:

  • ... ilustres comentadores classificarem de pobre agricultor um seu vizinho detentor de uma plantação que só este ano valerá para cima de 200 000 € (500 ordenados mínimos). A plantação era de um produto tóxico numa zona que se jactava ser livre de tal poluição. O autor esclarece que não se importaria de ser tão pobre quanto este pobre agricultor.
  • ... uma sua amiga acrescentar uma supérflua consoante ao seu nome de família por forma a ter mais sucesso no mundo das artes plásticas.
  • ... um seu colega pedir respeitosamente a identificação a um polícia do corpo de intervenção da PSP que espancara um turista irlandês, sendo por isto agredido, detido por uma noite e constituído arguido por ofensa à autoridade.
  • ... a sua integridade física ameaçada por um segurança de um bar ao ar livre, por alegadamente ter desrespeitado as normas de etiqueta ao cobrir a sua cabeça com um chapéu.
  • ... a sua integridade física ameaçada por um locutor de uma rádio em Coimbra, desta vez de forma digital (ver post anterior).
  • ... que uma intervenção cívica jamais deve ser exercida por pessoas piolhosas, de rastas, muito menos de camisas mal lavadas, que não contribuem para o PIB na justa medida. E que isto, junto com o tipo de estupefacientes e música* usados pelas ditas, é o essencial da questão, vindo em segundo lugar a sacralidade da propriedade privada e sendo apenas acessórias ao assunto a saúde pública e a agricultura sustentável. Mais, parece ser unânime que quando um grupo de ecologistas, depois de muitos avisos e promessas não cumpridas por parte das autoridades, decide desbastar 1% de um milheiral tóxico, oferecendo como compensação milho biológico e a mão de obra para o replantar, a pena deve ser executada de imediato: o fuzilamento no próprio local (ver vários artigos do blogue Insurgente e o artigo de José Diogo Quintela n'O Público).
  • ... Júlio Carrapato, um conterrâneo a que se permite admirar, e comprou-lhe directamente mais uma obra prima: "Subsídios para a reposição da verdade sobre a guerra civil de Espanha".
  • ... que a Ecovia do Algarve, que ligará esta nação ao resto da Europa por "ciclovia", avança, apesar de em bastantes partes não passar de um traço pintado em estradas feitas para os enjaulados. O autor do blogue, ciclista convicto, rejubila, não acreditando no entanto que se logre o objectivo de completá-la até Novembro.
  • ... a inexistência de progressos neste campo na sua própria cidade, completamente plana, mas onde é um perigo circular de bicicleta.
  • ... que daqui a 2 anos e meio será impossível distinguir a zona ribeirinha de Portimão do Parque das Nações em Lisboa: teleférico, oceanário, insectário, planetário, pavilhão multiusos. O autor promete não esquecer a promessa, e mostrar fotografias da zona nessa altura.
*Aqui os autores dividem-se: um comentador garante que os drogados se bamboleariam ao som dos Da Weasel (aqueles do McDonalds e do Manuel Alegre), outro jura que vibrariam com música psicadélica. Quanto ao tipo de drogas consumidas pelos activistas, enquanto uns desvendam que os jovens fumariam charrinhos, outros vão mais longe e falam em LSD. Dois pontos encontram consenso no comentadoriado nacional: o pragmatismo do chumbo-neles, e o argumento de que estes jovens betinhos desinformados deveriam voltar à Universidade, que lá é que se faz trabalho de protecção ambiental (não obstante o facto dos activistas porta-vozes se terem identificado como engenheiros agrónomos).

5 comentários:

Samir Machel disse...

- "a sua integridade física ameaçada por um segurança de um bar ao ar livre, por alegadamente ter desrespeitado as normas de etiqueta ao cobrir a sua cabeça com um chapéu."
Imagina se fosse um turbante...

- O Patrice (Lumumba) tem feito uns artigos com graça no Bitoque sobre o milheiral;

- Mas em resumo, é mesmo um país cinzentão...

Abraço,
Samir

Tárique disse...

Eu estive quase a converter-me ao sikhismo, mas a questão dos turbantes foi impeditiva.

Amigo Samir, tu que usas o blogger, repto-te: como fazer com que os posts novos apareçam na página principal? É que desde que vim de férias que só aparecem por link directo (suponho que tenha sido assim que vieste cá parar).

Tárique disse...

Ok misteriosamente auto-resolvido.

Samir Machel disse...

Ainda bem que eu também percebo pouco disto. Vou aprendendo à medida que vou precisando...

Anónimo disse...

Bem me parecia que essa foto me era familiar... ;-)