quarta-feira, 11 de julho de 2007

Não é notável que ...

... Aqueles que exigem a quebra da ortodoxia vigente das ciências naturais sejam os mesmos que se propõem a criar uma ortodoxia dogmática para uma ciência social?

Os mesmos que:

  • se recusam a aceitar as evidências da validade científica da física cosmológica e do darwinismo e negam as conclusões mais lógicas dos dados sobre alterações climáticas
  • ... desunham-se a argumentar que a teoria económica que reflecte a sua ideologia é na realidade uma lei indiscutível.
Os mesmos que:
  • abominam a pretensão de um carácter absoluto das teorias predominantemente aceites nas ciências naturais
  • ... querem atribuir este estatuto à decisão político-económica.
Os mesmos que:
  • querem introduzir ideologia nos modelos científicos da cosmologia, evolução e climatologia
  • ... também pretendem retirá-la das decisões económicas.
Quando triunfarem contaremos com Gurus para explicar o Mundo, e Técnicos para decidir como vivemos. Obscurantismo e despotismo.

[Na imagem: Bruce Chapman, dos poderosos think tanks Hudson e Discovery , responsáveis por patrocinar tudo o que promova a Inquebrável Lei Científica do Capitalismo e Decisão Política Neo-Liberal, e despromova as teorias da evolução e do big bang]

[Artigo inspirado por dois blogues: o novíssimo e prolífico Ladrões de Bicicletas e o finado Leviatã]

12 comentários:

Diogo disse...

Meu caro,

Cheguei aqui via o blogue Xatoo.

Defendo que não existe nenhuma evidência científica no darwinismo (eu sou ateu), nem nas alterações climáticas que Gore nos quer impingir.

E concordo que a «actual» teoria económica (martelada ad nauseum) é absurda.

Em que ficamos?

Tárique disse...

Mas admites que és uma excepção, não? Quantos ateus há na comunidade anti-darwinista ?



É o Gore que nos tenta impingir alterações climáticas? E eu que podia jurar que eram o
IPCC das Nações Unidas e a
Organização Metereológica Internacional
American Institute of Physics e a
American Astronautical Society e a
American Geophysical Union , mais a NASA, a ESA, a JAXA, a Comissão Europeia , ...

Tárique disse...

Ah, e sê muito bem vindo!

Diogo disse...

Sobre as alterações climáticas aconselho-te a consultar estes sites:

A falsificação da história climática a fim de "provar" o aquecimento global

A histeria do aquecimento global. Ar quente & dinheiro frio – os comerciantes do medo

Aquecimento global: uma impostura científica



E sobre o darwinismo proponho-te a leitura do livro «Para acabar de vez com o Darwinismo» de Rosine Chandebois (existem muitos outros de autores igualmente ateus):

“Actualmente, para ser considerado darwinista, basta acreditar que cada espécie foi criada por um fantástico golpe do Acaso…” (pág.21); ...“Ele (o Darwinismo) contentou-se em deíficar uma Inteligência, o Acaso, aquele que fez coalhar a sopa quente de moléculas em células, que retocou a sua obra involuntária sem nunca saber o que fazia…” (pág.23); “… Uma mutação surgida ao Acaso não teria virtualmente qualquer hipótese de produzir um gene funcionalmente integrável no genoma”; … (no genoma) não há manifestamente lugar para modificações ao Acaso" (pág.79); ...“Não teria existido qualquer possibilidade de acumular Acasos felizes ao longo de milénios, sem que mutações letais viessem reduzir a nada os progressos previamente realizados. Os arautos do darwinismo porém, não parecem temer a inverosimilhança e o ilogismo” (pág. 80); “… O Acaso, como o Bom Deus dos ébrios…” (pág.280); ...“(O Acaso) dos neodarwinistas é a medida da desinformação que foi preciso organizar para fazer dele o Criador e Mestre de tudo o que respira” (pág. 301).



Quanto ao pensamento único da economia de hoje – «globalização e competitividade ad nauseum » - concordo contigo. Conduz-nos ao desastre.

Tárique disse...

Na diagonal já encontrei alguns erros factuais e fáceis de verificar nos artigos do http://resistir.info que enviaste. O facto de estarem divulgados num site de ideologia e não de ciência diz alguma coisa sobre o seu rigor científico:

O primeiro artigo é de John Daly, australiano (e não britânico como afirma a página) que morreu em 2003, e que afirmava que o aquecimento global recente está a ser causado por umaumento da actividade solar. Ora, a NASA obteve dados este ano que desmentem liminarmente essa teoria: "No Sun Link" to climate change

O segundo é de Marcel Leroux que não nega as causas humanas nem o aquecimento global, mas acha que é preponderantemente causado por ciclos solares (teoria desmanchada nos últimos meses por dados factuais). Uma citação dele:

"As causas possíveis para as mudanças climáticas são: actividade solar, que alguns pensam ser responsável por metade dos 0.6ºC registados do aumento de temperaturas, o que certamente deve ser investigado e analisado; o efeito de estufa causado pela actividade vulcânica e finalmente o efeito de estufa de origem antrópica ."

Ora, visto que foi eliminada a hipótese da causa serem ciclos solares, a minoria de cientistas cépticos tem tendência a desvanecer-se.

Tárique disse...

De qualquer forma, haverá outras oportunidades para discutir estas questões. O essencial no artigo era apontar que aqueles que financiam e apoiam a quebra da ortodoxia científica relativamente às ciências naturais da cosmologia, evolução e metereologia, são os mesmos que pretendem estabelecer uma ortodoxia numa "ciência" de decisão necessariamente política. Estava obviamente a falar de grandes poderes do conservadorismo americano: o partido republicano, os institutos hoover e discovery, que ecoam nos seus retransmissores tugas (atlântico, blasfémias, etc.).

Estava portanto a referir-me a quem decide e manda no mundo.

Claro que admito que haja gente como tu e o resistir.info que não se incluindo nesse grupo, concorde com algumas das suas teses. Simplesmente não és tu nem o resistir.info que as estão a fazer avançar. Quem patrocina os anti-darwinistas não é gente como tu nem os editores do resistir. É a direita religiosa americana, o partido republicano, o discovery institute etc. São os mesmos que patrocinam o neo-liberalismo.

Diogo disse...

Quem decide e manda no mundo está a preparar o terreno para uma das maiores negociatas do século XXI - «o aquecimento global»:

«A 30 de Outubro de 2006, o governo de Sua Majestade, apresentou ao público o Relatório Stern no qual se faz a análise das implicações económicas à escala mundial do aquecimento global nos próximos 50 anos. Uma das principais conclusões a que se chega no relatório é que com um investimento de apenas 1% do PIB Mundial se pode evitar a perda de 20% do mesmo PIB num prazo de estudo de 50 anos.»



Sobre os sites que te indiquei, tenho a impressão que leste a coisa demasiado na diagonal. Aconselho-te a dar uma vista de olhos pelo blogue MITOS CLIMÁTICOS de Rui G. Moura. P, provavelmente o mais completo sobre o assunto em língua portuguesa:

«Dizia Tony Blair: «Temos uma janela de oportunidade de somente dez a quinze anos para tomar as medidas necessárias para se evitar o ponto de não retorno da catástrofe climática».»

«Por outro lado, Carter aponta o contraste da afirmação do Prof. William Gray, da Universidade do Colorado, distinto cientista de climatologia: «As observações e a teoria não suportam estas ideias (do perigo do aquecimento global causado pelo homem).»»

«É evidente que uma destas afirmações está errada. Quem está correcto e quem está errado? Como deveria reagir a opinião pública? Pergunta Bob Carter. A opinião pública tem dificuldade em reagir correctamente devido à influência dos media.»

(...)

«O alarmismo climático é propagado por grupos diversificados de jornalistas, lóbis do ambiente, grupos económicos e de cientistas, leaders religiosos e, claro, políticos. Todos eles apregoam a necessidade de combater as alterações climáticas. Como se isso fosse possível.»

«Mais perguntas e respostas. Poderá a temperatura média global crescer a ritmos alarmantes e atingir no final deste século patamares perigosos? Resposta: não, em ambos os casos. Está a temperatura actual a subir? Resposta: surpreendentemente, não

«É altura de referir que nos últimos relatórios do IPCC, datados de 2007, surpreendentemente, a avaliação das temperaturas termina em 2000. Porque será? Os últimos 6 anos são desprezáveis? Ou existem valores que não interessam divulgar?» »

Diogo disse...

Por outro lado, rejeitar o darwinismo não significa aceitar o criacionismo. Sei que a direita religiosa americana o faz. Não é o meu caso. No resto, concordo contigo.

Nomenklatura Científica

«Schutzenberger, céptico, disse: “Há uma lacuna considerável na teoria neodarwinista da evolução, e nós cremos que esta lacuna é de tal natureza que uma conexão não pode ser feita dentro da actual concepção da biologia”

«D. S. Ulam, matemático, argumentou ser altamente improvável que o olho pudesse ter evoluído pelo acúmulo de pequenas mutações, pois o número de mutações seria tão imenso e o tempo disponível não seria bastante suficiente para que elas surgissem.»

«Denton e a inadequação epistémica das ideias fundamentais da teoria da evolução de Darwin:
“Nenhum dos dois axiomas fundamentais da teoria macroevolutiva de Darwin - o conceito de continuidade na natureza... e a crença de que todo o design adaptivo da vida resultou de um processo cego aleatório - foram validados por uma única descoberta empírica ou avanço científico desde 1859”

Tárique disse...

Sobre quem manda no mundo:

Segundo o diário britânico "The Guardian", o American Enterprise Institute (AEI), financiado pela ExxonMobil e com estreitas ligações à administração do Presidente George W. Bush, escreveu cartas a cientistas britânicos, norte-americanos e de outros países a oferecet prémios de dez mil dólares por artigos que questionem o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC).

O American Enterprise Institute recebeu mais de 1,6 milhões de dólares da ExxonMobil e mais de duas dezenas dos seus membros trabalham como assessores da Casa Branca. O ex-presidente da ExxonMobil Lee Raymond é actualmente presidente da direcção daquele grupo de estudos.


Caro diogo, temo que estejas do lado errado da barricada. Do lado da maior corporação multinacional capitalista do mundo, e do lado do partido republicano na luta contra as evidências científicas.

Tárique disse...

Denton, apesar de ser agnóstico, desenvolveu o seu trabalho patrocinado pelo Discovery Institute do qual era Senior Fellow e o qual, como mencionei anteriormente, é formado pela direita fervorosamente cristã e criacionista e liderado por Bruce Chapman, na foto.

É um bom exemplo do que eu disse no meu post: Denton é um cientista defensor de uma teoria heterodoxa e muito controversa sobre uma ciência natural, e é patrocinado pelo conservadorismo.

Esse mesmo conservadorismo que patrocina o combate a ortodoxia e o consenso nas ciências naturais patrocina-o na política económica.

Diogo disse...

Sobre quem manda no mundo:

O artigo do Guardian sobre a oferta pela ExxonMobil de prémios de dez mil dólares por artigos que questionem o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), parece encomendado. E encomendado por quem quer dar credibilidade às «teses» do IPCC.

Por outro lado, como é que se compreendem as declarações de Blair: «Temos uma janela de oportunidade de somente dez a quinze anos para tomar as medidas necessárias para se evitar o ponto de não retorno da catástrofe climática». Blair, que não é demais lembrá-lo, tem sido o rafeiro de Bush em todas as suas guerras pelo petróleo. Como é que estes amigos inseparáveis estão em campos tão opostos no que se refere às «alterações climáticas»?

Diogo disse...

Denton pode ser patrocinado pelo Discovery Institute, mas a esmagadora dos críticos de Darwin não o são:

Cépticos sofisticados contra Darwin


O neodarwinismo defende que a evolução depende exclusivamente de mutações ao acaso.

Ora bem, este processo conduz ao oposto da evolução. Por cada mutação «benéfica» que possamos imaginar, existe uma infinidade de mutações «prejudiciais». Se estas mutações, «benéficas» e « prejudiciais », afectassem apenas 1% das capacidades do organismo e este sobrevivesse e se reproduzisse, então, em vez de uma evolução da espécie haveria uma involução, porque as mutações «prejudiciais» seriam em muito maior número.